Trata-se de um neologismo, com origem nos E.U.A.
O termo nasceu graças à junção da palavra fan (ou
fã, no aportuguesamento, com o sentido positivo de entusiasta, apaixonado), com zine,
última sílaba de magazine (equivalente a publicação ilustrada).
Consequentemente, o significado de fanzine será o de um magazine feito
por fãs de um determinado tema e destinado a fãs desse mesmo tema.
Os primeiros fanzines apareceram nos Estados Unidos da América
na década de 1930, editados por jovens adultos, inicialmente dedicados à ficção
científica, mas logo a surgir o primeiro em 1936 dedicado à Banda Desenhada.
Mais perto de nós, em França, os fanzines surgiram nos anos
sessenta, dando prioridade aos textos críticos e de estudo sobre a BD, editados
por adultos profundos conhecedores do tema.
Em Portugal, o primeiro fanzine foi o Árgon, editado por jovens
e com bandas desenhadas também feitas por jovens, datado de Janeiro de 1972.
Os fanzines tratam de variados temas, abarcando ao mesmo tempo,
por vezes, alguns deles. Os preferidos são os seguintes: banda desenhada,
cartoon, ilustração, ficção científica, música (pop, rock, heavy metal,etc.),
cinema (gore, em especial), literatura (prosa e poesia), política
(privilegiando o anarquismo), esoterismo, vegetarianismo, veganismo, jogos de
computador, internet…
Os títulos, para além de eventualmente definirem o conteúdo,
demonstram com frequência grande imaginação, anti-convencionalismo e até alguma
agressividade em relação à sociedade, características que, não raro, também são
evidenciadas, e até reforçadas, pelo respectivo grafismo.
A originalidade destas publicações, maioritariamente
alternativas e experimentais, incide bastante na apresentação visual, e
reflecte-se ainda no formato e número de páginas: tanto uma coisa como outra
chegam a ser diferentes de um número para outro, bem como o próprio título. Por
vezes, os faneditores (obviamente, editores
de fanzines), por distracção ou deliberadamente, fazem saltos na numeração.
Várias outras facetas muito próprias caracterizam estes
magazines amadores, nomeadamente as seguintes: não são editados com intuitos
lucrativos, os seus colaboradores não são pagos, têm pequenas tiragens,
habitualmente não respeitam qualquer periodicidade e a distribuição é escassa,
apenas feita pelo próprio editor, que os põe à venda em feiras
fanzinísticas, nos festivais de BD e nas livrarias especializadas.
Quando apresentam melhor qualidade gráfica – ao substituírem as
fotocópias pela impressão em offset -, têm ISBN, e são distribuídos a nível
nacional, passam a chamar-se prozines.
por Geraldes Lino (site
BDesenhadas.com, em 2006)